Nesse artigo vamos ver como fazer para seu currículo ser a chave para novas oportunidades no mercado privado e no setor público. Não seria recomendável negligenciar esse fator.
A situação atual de muitos profissionais desempregados, outros à beira de perderem seus empregos ou tendo dificuldade de escalar em sua carreira e desfrutarem de melhores cargos, nos chama para uma reflexão sobre o aspecto de como não ser um desses profissionais que, dia após dia, perdem grandes oportunidades.
O que preocupa é o fato de os setores que mais absorvem mão de obra de médicos veterinários estarem em alta constante, mesmo com o país em crise. O agronegócio fechou o ano em alta de aproximadamente 2,5% e o mercado pet com 7,49% de crescimento. Então porque existem profissionais na área que não estão aproveitando as oportunidades?
O mercado de trabalho seja ele privado ou público visa selecionar “naturalmente” os profissionais mais bem preparados. Essa é uma das premissas importantes para os profissionais em fase ativa.
Profissionais desatualizados sofrem diariamente as consequências disso. Não quero com esse artigo “chover no molhado” com essa informação, mas ela se faz importante para o desenvolvimento dessa reflexão, tudo bem?
Nesse cenário, podemos destacar dois grupos: O grupo dos que surfam as ondas das inúmeras oportunidades, que muitas das vezes são classificados como sortudos, e os que ficam sempre roendo o osso ou perdem as chances que teriam se estivessem bem preparados e com conhecimento atualizado.
E o que significa estar bem preparado?
Existem diferentes formas e momentos para se analisar o termo “bem preparado”. Nesse texto iremos abordar o termo bem preparado para tratar da primeira fase da etapa rumo aos melhores postos de trabalho, a fase de estar bem preparado para que você consiga abrir portas e não perder oportunidades.
Entenda abrir as portas como sendo a chance de mostrar que você consegue de fato entregar valor para seu contratante. Mas, para chegar à esse estágio, você precisa passar por outras etapas antes, e deve se mostrar bem preparado nessa etapas primárias. Vamos nos ater a etapas primárias nessa nossa conversa.
Então, convido você a um raciocínio bem rápido para entender o porquê da perda de oportunidades por grande parte dos profissionais.
Nos últimos três séculos podemos dizer que a sociedade passou por 3 grandes eras, sendo elas:
- Era da sociedade agrária
- Era Industrial
- Era da Informação
Na primeira, Era Agrária, os detentores de terras e arado eram as pessoas que possuíam melhor colocação social e podiam desfrutar das melhores oportunidades. Em seguida a sociedade passou pelo período da Revolução Industrial, 1760 a 1840, época na qual os proprietários de indústrias e capital detinham o poder e grandes benefícios advindos dessas posses.
Porém, ao final dos anos 80, o mundo começa a sofrer uma transformação passando para a Era da Informação, que no Brasil se deu principalmente ao final dos anos 90 com o aumento da aquisição de computadores e internet pelos brasileiros.
Nessa nova Era, da Informação, a riqueza está baseada na detenção do conhecimento. A detenção de terra e capital são ainda válidas. É melhor ter capital do que não ter, é melhor ter terra do que não ter. No entanto, hoje, é no conhecimento que está uma das maiores fontes de poder.
Parafraseando Anthony Robbins, entenda poder como a habilidade de produzir resultados que mais deseja, criar valor para si e para os outros; habilidade de mudar sua vida, de dar forma às suas percepções, fazer com que as coisas trabalhem a seu favor e não contra você.
O conhecimento, a expertise, são a moeda de troca em se tratando de aproveitamento de oportunidades e abertura de portas, principalmente no mercado de trabalho. É a quantidade e a qualidade de suas informações ou conhecimentos que determinam muito sobre o seu sucesso.
Sob esse prisma é extremamente importante que o conhecimento esteja sempre atualizado, e de preferência comprovado, para que você não perca as chances de ouro disponíveis nos setores privados e público.
Nesse contexto, o seu currículo se torna uma ferramenta fundamental para que você desfrute das melhores ofertas encontradas hoje para um profissional. É através da apresentação do currículo que grandes oportunidades se abrem, por se tratar de uma boa primeira impressão. Hoje, na grande maioria das vezes, o primeiro contato que um recrutador ou uma empresa tem com você é o seu currículo, mesmo quando você é indicado por uma colega. A frase que esse colega ouvirá ao te indicar tende a ser: me mande o currículo dele(a) que vou analisar. E, então, através daquelas, recomendadas, 2 folhas de papel A4, que você pode ser classificado ou simplesmente jogado na pilha dos currículos fracos e desinteressantes, que vão exatamente para o lixo.
Entenda seu currículo como sua vitrine, o seu cartão de visitas, o que te torna atrativo, ou, por outro lado, desinteressante. É ele o grande responsável por levar você a uma próxima etapa a qual poderá permitir que verbalmente, olho no olho, você crie toda a empatia, confiança e credibilidade que o recrutador precisa. Sem um currículo atraente e, principalmente, que mostre sua preocupação em sem manter sempre atualizado, as outras etapas rumo à grande oportunidade podem estar simplesmente perdidas. Então, não seria recomendável negligenciar esse fator.
Um ponto de destaque é entender o que significa “manter o currículo atualizado”. Na era da informação a quantidade de conhecimento produzido é extremamente alta, e em muitas áreas em 3 a 5 anos muito desse conhecimento já está obsoleto; e o mercado sabe disso, os recrutadores sabem disso. É por isso que eles eliminam tantos candidatos, que muitas vezes tem até experiência, foram recomendados, mas o currículo se mostra desatualizado em termos de busca por conhecimento. Busca por conhecimento é um estilo de vida profissional que as empresas valorizam, é uma atitude que têm peso importante na etapa inicial de um recrutamento.
“O mundo está mudando numa velocidade alucinante, e as competências são cada vez mais específicas e complexas, em todas as áreas”, diz Luís Testa, diretor de Marketing da Catho, empresa de recrutamento.
Ao ver um currículo desatualizado, sem formação atual (últimos 2 anos) ou cursos recentes, muitos dos recrutadores podem inferir que o “dono” daquele currículo não se preocupa em manter-se atualizado. Concordo que o recrutador pode se enganar, pode ser que até haja atualização de maneira indireta, leituras constantes e outros, mas se o seu currículo não fala isso por você, quem poderá te defender naquela primeira etapa na qual a seleção e recrutamento é feita baseada unicamente na análise das duas páginas do seu currículo.
Sabendo disso, é de extrema relevância que você mantenha seu currículo atualizado, falando positivamente sobre você, mostrando que você está em sintonia com o que o mercado busca, profissionais capacitados e preocupados com a busca por conhecimento constante.
Para manter o seu currículo atualizado você pode optar por fazer cursos rápidos, ou certificações em instituições de renome ou optar também por uma educação formal como uma Pós Stricto Sensu, que seriam mestrado e doutorado ou uma Pós Graduação Lato Sensu, cursos de no mínimo 360 horas, as quais se dá muita importância.
A Pós Graduação Lato Sensu é uma excelente maneira de você enriquecer o seu currículo, pois o mercado a entende como sendo um conhecimento mais voltado para a aplicação prática. Ela ainda tem a vantagem de ser obtida em tempo mais curto que um mestrado ou doutorado, os quais, muitas das vezes, exigem dedicação exclusiva em uma área restrita do conhecimento.
Dentre as inúmeras vantagens da Pós Graduação Lato Sensu podemos destacar: abertura de novas oportunidades e portas para cargos mais bem remunerados, ampliação e atualização do conhecimento, novos horizontes por poder mudar a rota profissional, ser reconhecido como especialista. Sob o aspecto de concurso público, muitos dos concursos têm etapa de pontuação extra por Pós Graduação no currículo, pontos importantes para profissionais que buscam a carreira pública, pois sabe-se que 0,5 ponto em concurso público pode significar a aprovação ou não aprovação.
Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que os salários dos profissionais brasileiros que fizeram alguma pós-graduação são em média 66% mais altos do que os dos que só têm o diploma de graduação. Para o chefe do Centro de Políticas Sociais da instituição, Marcelo Neri, responsável pela pesquisa, a taxa é alta e reflete a influência da hierarquia educacional no mercado.
Encerro por hoje essa nossa reflexão com a afirmação de Márcio de Castro Silva Filho, diretor de Programas e Bolsas na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela regularização dos cursos do Ensino Superior:
“O momento é propício para investir em uma pós, pois o conhecimento é hoje a moeda mais valiosa na economia brasileira”.
Pense sobre isso.
Diogo Goulart
Diretor Pedagógico
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