O solo é um elemento fundamental para a humanidade. Trata-se de um recurso natural bastante complexo, importante para manutenção de ecossistemas e ciclos naturais. Quando o solo não está degradado, é rico em nutrientes, algo essencial para a agricultura, além de ser um reservatório de água e servir de habitat para micro-organismos e outras espécies. Porém, a degradação do solo retira muitas de suas possibilidades e vantagens, prejudicando a produtividade da terra e, consequentemente, atividades agrícolas.

Hoje, vamos explicar o que é degradação do solo, como ela pode ocorrer, quais as causas de degradação do solo e como evitar que ela aconteça. Acompanhe esse importante tema, especialmente para os que pertencem à área de agronomia e desejam realizar concursos agrônomos. 

O que é degradação do solo?

Quando falamos em degradação do solo, estamos falando em uma deterioração deste. Para que a degradação do solo aconteça, sua natureza precisa ser modificada, seja por processos físicos (perda de estrutura, diminuição da permeabilidade), processos químicos (salinização, perda de nutrientes, acidificação) ou biológicos (diminuição da matéria orgânica). Tudo isso resulta na perda e esgotamento de seus nutrientes, que são extremamente importantes para manter sua fertilidade.

Quais as causas de degradação do solo?

A degradação do solo pode ocorrer devido a fatores naturais ou, como é mais comum, pelo uso excessivo, má conservação e falta de preservação humana. O desmatamento e as queimadas, por exemplo, estão diretamente ligados às causas de degradação, além de outras ações humanas.

Para proteger o solo e permitir a circulação de nutrientes, é extremamente importante manter a vegetação na terra. Sendo assim, quando não há vegetação no local, a terra fica desprotegida, favorecendo a degradação. 

Contudo, nem sempre a degradação do solo está relacionada com a ação humana. Por vezes, o problema é devido a ocorrências naturais, como chuvas ácidas, e ao clima da região.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que cerca de 33% da terra que já foi encontrada no planeta é considerada infértil graças à degradação. Trata-se de um índice alarmante, considerando que o solo é um recurso limitado e não renovável, fazendo com que sua preservação se torne ainda mais imprescindível.

Quais as formas de degradação do solo?

O processo de degradação do solo pode ocorrer devido a diversos fatores. As principais formas de degradação do solo, que podem ser naturais ou não, são:

Erosão

A erosão ocorre por causas naturais, mas pode ser agravada pela ação humana. Basicamente, a erosão é uma ruptura e arraste de partículas provenientes do solo, que ocorre por fatores externos, como vento e chuva, principalmente.

A erosão pode alterar a forma do relevo, formando crateras que ocupam grandes áreas, esgotando nutrientes e, consequentemente, diminuindo a fertilidade do solo. Um fator que pode intensificar a erosão é o desmatamento. Em áreas de encostas, como morros e montanhas, ainda pode gerar deslizamento de terras, além  da retirada de camadas férteis, já que a vegetação serve como uma camada protetora e diminui o impacto da chuva e dos ventos sobre a superfície da terra.

Salinização

Mesmo ocorrendo de forma natural, a salinização também está relacionada ao manejo inadequado e a métodos de irrigação incorretos. A salinização trata-se de uma grande concentração de sais minerais – que geralmente provêm da água das chuvas, do oceano e de irrigação agrícola – provocada pela evapotranspiração máxima ou intensa. Ou seja, a água evapora, mas os sais minerais não, fazendo com que se acumulem no solo.

Esse fenômeno ocorre com mais frequência em locais de climas tropicais áridos ou semiáridos, onde geralmente chove menos, mas a taxa de evaporação é alta.

Lixiviação

Processo de degradação que diminui os nutrientes na terra e causa a sua infertilidade. Ocorre graças à lavagem superficial dos sais minerais do solo, podendo formar voçorocas, (grandes e extensas fendas). A lixiviação pode ser causada por desmatamento, chuvas intensas ou um conjunto dos dois. 

Embora pareça com o processo de erosão, a lixiviação é diferente. Ambos tratam do processo de transporte de minerais degradados e decompostos, No entanto, o vento faz papel de transportador na erosão, enquanto na lixiviação, a água ocupa esse papel.

Laterização

Ocorre graças ao intemperismo químico, associado à lavagem exaustiva pela lixiviação, e resulta em uma camada dura de hidróxido de ferro ou alumínio na superfície do solo, o que modifica sua composição e altera sua cor.

Solos em que a laterização ocorre têm a tendência de se tornarem ácidos, o que prejudica a manutenção da matéria orgânica. A laterização é mais frequente em climas tropicais, locais úmidos e quentes, e pode se intensificar com queimadas e desmatamentos.

Desertificação

Trata-se da degradação e esgotamento dos solos. Esse processo ocorre em regiões com um índice baixo de chuvas anuais. Com a alta taxa de evaporação da água, maior que a capacidade de infiltração, a terra vai perdendo seus nutrientes e sua capacidade de gerar vegetações. Por isso, a desertificação causa a esterilização do solo.

A ocorrência da desertificação se associa bastante ao clima do local, mas pode ser intensificada pelo homem, com desmatamento, queimadas e uso indiscriminado do solo.

Arenização

Muitas vezes confundida com a desertificação, a arenização consiste na formação de bancos de areia em solos com consistência arenosa. Diferente das áreas com maiores índices de desertificação, a arenização ocorre em locais de clima úmido e grandes volumes de chuva, nos quais a infiltração e o escoamento da água são maiores que a evaporação.

A principal causa do processo de arenização é a remoção da vegetação, que protege e firma os solos. Dessa forma, a água das chuvas vai lavando o terreno e removendo nutrientes aos poucos. Entretanto, o processo pode ser ainda mais intensificado pela prática excessiva da agropecuária. 

Acidificação

Nome dado à diminuição do pH no solo, diminuição da saturação por bases e aumento do alumínio tóxico. Quando a terra está ácida, torna-se mais difícil que a vegetação cresça e que se produzam culturas, isso porque o pH baixo reduz os nutrientes disponíveis, que são essenciais para as plantas, além de prejudicar os micro-organismos já presentes.

Compactação do solo

Neste processo, a porosidade natural do solo diminui, causando o aumento de sua densidade devido à pressão ou ao atrito constante. Como consequência da compactação, a permeabilidade da terra diminui, fazendo com que seja difícil para o solo absorver água e movimentar nutrientes, o que também atrapalha o crescimento de raízes. O fenômeno de compactação do solo ocorre devido a atividades humanas, tais como manejo inadequado em más condições de umidade, pisoteio de gado e tráfego de máquinas agrícolas pesadas.

Contaminação e poluição

A contaminação e a poluição são causadas pela intervenção do homem. Ocorrem, principalmente, pelo uso indiscriminado do solo, com exagero de agrotóxicos, fertilizantes e pesticidas, geralmente impulsionados por atividades agrícolas e pecuárias. Outra entre as causas de degradação do solo relacionadas à contaminação e poluição é a infiltração de materiais poluentes, especialmente em áreas com aterros sanitários e lixões onde pode ocorrer grande formação de chorume, por causa do descarte incorreto de resíduos. 

Entre esses processos, a contaminação química e a poluição do solo são apontados como os principais problemas que causam a degradação do solo.

Quais as consequências da degradação do solo?

Os resultados da degradação do solo vão além da esterilização da terra, podendo aumentar o risco de assoreamento, afetar o lençol freático, rios, mares, a fauna, a flora e, com isso, prejudicar o meio ambiente como um todo e o funcionamento de ecossistemas. Além disso, também há consequências na qualidade de vida e no sustento das pessoas que dependem da agricultura para sua sobrevivência.

Um solo degradado tem poucos nutrientes, o que causa a degradação ambiental e dificulta ou, até mesmo, impossibilita a prática de cultivos. O manejo inadequado do solo e da água pode causar as variadas formas de degradação do solo, como apontamos acima, além de desfigurar paisagens naturais, aumentar a perda do solo e diminuir suas capacidades.

O que fazer para evitar a degradação?

Por se tratar de uma fonte não renovável e esgotável, o solo necessita de medidas de preservação a fim de restaurar e manter sua fertilidade, além de uma produção agrícola responsável. Algumas formas de evitar a degradação do solo e promover sua conservação, são:

  • Manejo adequado: fazer o diagnóstico constante das condições da terra, verificar se ele precisa de nutrientes, manter a matéria orgânica, fazer a adubação, planejar a rotação de culturas etc;
  • Plantio correto: escolher sementes de boa qualidade e plantar em época de chuva são ações importantes para manter os nutrientes e aproveitar a infiltração da água;
  • Sistema de irrigação: adotar um bom sistema de irrigação ajuda a melhorar o valor nutricional do solo e evita a salinização;
  • Reflorestamento: fazer o reflorestamento em áreas desmatadas traz uma série de benefícios, como proteção dos rios, aumento da porosidade do solo, favorecimento da fertilidade natural, preservação dos nutrientes, criação de refúgios para a fauna e diminuição da zona de impacto e do escoamento superficial da água;
  • Curvas de níveis: trata-se de linhas que ligam pontos na superfície do terreno e são usadas para conter a descida de enxurradas para evitar erosões e o arrastamento de partículas e aumentar a infiltração da água.

Como o tema aparece em concursos agrônomos?

Falar sobre degradação do solo é importante por diversos fatores, já que trata-se de um tema importante tanto para quem trabalha no setor agropecuário, como para as pessoas no geral, que dependem do solo para sobreviver.

De forma especial, o tema de degradação do solo costuma cair em concursos agrônomos. Por isso, se você deseja se sair bem nessas provas, precisa aprender sobre o tema! Abaixo, separamos duas questões de anos anteriores que abordaram o tema. Confira:

1)  Q776534 – FADESP – 2019 – CPC – Renato Chaves – Perito Criminal – Agronomia 

Não há dúvidas de que a fertilidade dos solos é determinante para colheitas bem sucedidas e o bem estar das plantas. Normalmente, quando se pensa em fertilidade do solo, as atenções se voltam para aplicação de nutrientes externos na forma de diferentes tipos de adubação. No entanto, o solo é um reservatório de diversidade de espécies microbianas, que entram em contato com as plantas via raiz, favorecendo o seu desenvolvimento. Esse contato entre raiz e agentes microbianos gera dois tipos de interações: a simbiose e a patogênese. Há um tipo de estrutura formada entre raízes e fungos do solo no processo de simbiose que produz efeitos positivos como o aumento da estabilidade dos agregados do solo o aumento da absorção de nutrientes de baixa mobilidade (P, Cu, e Zn), o aumento da tolerância a elementos tóxicos (Mn, Cd), a maior tolerância ao estresse hídrico, dentre outros benefícios para as plantas. Essas estruturas são denominadas

a) mutualismo.

b) antagonismo.

c) micorrizas.

d) parasitismo.

e) comensalismo.

2)  Q729468 – Unilavras – 2018 – Prefeitura de Bom Despacho – MG – Gestor Público Municipal – Engenharia Agronômica

Segundo o Projeto da Avaliação Mundial da Degradação de Solo, o fator que causa maior impacto na degradação de solos no mundo é (são)

a) o superpastejo.

b) o desmatamento.

c) as atividades agrícolas.

d) as atividades industriais.

Respostas

C e A

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