Se você está estudando para concursos públicos veterinários já deve ter percebido que a tuberculose bovina é uma doença muito importante e cobrada com frequência nas provas. E foi exatamente por ser um assunto de grande destaque que decidimos fazer um artigo inteiro falando sobre o tema.
Pelo fato de ser uma zoonose, doença que é transmitida dos animais para o homem, a tuberculose bovina é alvo de controle pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Tanto que foi criado um plano para baixar a prevalência, incidência e levar à erradicação dessa doença, assim como da brucelose bovina. Esse plano é intitulado Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT).
Falar sobre essa doença é importante pelo impacto que pode causar à saúde humana, assim como à produção animal, devido à perda de peso e queda de produção ocasionada aos animais portadores da doença.
Além disso, é preciso que você esteja atento a este assunto, já que recentemente houve atualização das normas que regem o programa. E por ser um assunto tão atual, é muito provável que seja alvo dos examinadores em provas de concursos.
Características do microrganismo transmissor da Tuberculose Bovina
O microrganismo a que o PNCEBT se refere é o Mycobacterium bovis que são bastonetes curtos, aeróbios estritos, álcool-ácido resistentes. Isto é, não são classificados nem como Gram positivo, nem como Gram negativo. E assim como as bactérias do gênero Brucella, são capazes de resistir à fagocitose pelas células de defesa do hospedeiro, o que impacta na capacidade do animal em responder à essa infecção.
Métodos de transmissão da Tuberculose Bovina
A principal via de transmissão da tuberculose de um animal para outro é a aérea, via aerossóis, mas também pode ocorrer via oral pelo consumo de água e pastagens contaminadas. Bezerros que mamaram em vacas que enquanto essas eliminam o microrganismo no leite também podem ser infectados por essa via.
A transmissão de animais para humanos pode ocorrer também via aerossóis e pelo consumo de leite cru e derivados produzidos a partir do mesmo. É uma doença que pode ser considerada ocupacional, uma vez que é comum de ser contraída pelos manejadores durante o trato com os animais.
PNCEBT
O Plano é regulamentado por meio da Instrução Normativa 10 de 2017 e é preciso estar muito atento a tudo o que está disposto nessa legislação.
Nessa IN você encontra as disposições sobre diagnóstico, as situações em que devem ser realizados os diferentes métodos, o destino de animais positivos e a sobre a não vacinação dos animais para esta doença.
Diagnóstico
Os exames para detecção de animais positivos para tuberculose bovina baseia-se em métodos indiretos pela pesquisa de resposta celular. Isto é, baseada em uma reação resultante do recrutamento de macrófagos e linfócitos em direção às tuberculinas que são inoculadas no animal. São três os teste possíveis:
- Teste cervical simples
- Teste cervical comparado
- Teste da prega caudal
O exame bacteriológico, que é a detecção do agente em tecidos ou produtos de origem animal não é recomendado pelo PNCEBT, uma vez que a tuberculose é uma zoonose e a manipulação de materiais potencialmente contaminados pelo M. bovis representa um grande risco para os laboratoristas demandando estruturas laboratoriais com nível de segurança 3, o que torna esse tipo de análise pouco prática.
No entanto, existem situações em que o exame bacteriológico pode ser empregado:
- Confirmação de infecção em região onde não foi comprovada anteriormente
- Estudos de animais positivos ao teste de tuberculinização sem lesões macroscópicas sugestivas
- Confirmação de infecção em animais positivos em uma propriedade considerada livre de tuberculose
- Pesquisa de micobactérias em lesões sugestivas encontradas na inspeção post-mortem de animais de criação monitoradas para tuberculose
- Pesquisa em amostras de produtos de origem animal
- Necropsias de animais com reações inespecíficas com lesões sugestivas de tuberculose
O Médico veterinário no programa
O PNCEBT para dar certo necessita da atuação dos serviços de inspeção dos estados, do MAPA e também de médicos veterinários que atuam na iniciativa privada. Se formos fazer a classificação, são três os tipos de veterinários que podem participar do programa:
- Cadastrado
São profissionais que atuam no setor privado, são cadastrados no Serviço Veterinário Estadual e executam a vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas contra a Brucelose.
- Habilitado
Também atuam no setor privado, mas devem ser aprovados em um Curso de Treinamento em Métodos de Diagnóstico. Isto é, esses profissionais realizam exames para detectar animais positivos para as doenças. Esse veterinário será o responsável pela certificação das propriedades.
- Do Serviço Oficial
É o veterinário do serviço oficial. Ele pode fazer a vacinação do gado para Brucelose, mas pela natureza de fiscalização do seu trabalho, não pode ser responsável pela certificação das propriedades.
A tuberculose bovina, bubalina e o PNCEBT são assuntos muito importantes e devem ser amplamente conhecidos por quem deseja ingressar em um serviço veterinário oficial.
Este artigo pode servir como base para você saber o que estudar, mas é necessário que você leia a norma inteira para estar preparado para qualquer tipo de pergunta na prova. Mas você também pode se preparar por meio de cursos em que são discutidos os temas presentes nas normas e que trazem uma abordagem mais ampla da doença.
O Ifope Educacional possui um curso especializado em concurso público para veterinários em que as aulas são focadas naquilo que o estudante precisa saber para passar. Além da correção de exercícios sobre o tema durante os vídeos das aulas.
Entre no nosso site, conheça nossos cursos e caso tenha alguma dúvida entre em contato conosco. Muitos veterinários se prepararam conosco e hoje têm satisfação profissional sendo fiscais. Seja você também um desses concursados!
Comentários