Já comentamos aqui no Blog sobre a importância dos fertilizantes para a agricultura e os principais tipos disponíveis no mercado. Agora vamos abordar a importância dos micronutrientes para as plantas. Então vem conferir!
O que são micronutrientes?
Os micronutrientes estão entre as classificações de elementos minerais essenciais. Eles estão presentes no solo e são requeridos em menores quantidades pelas plantas. Os nutrientes são esses elementos minerais essenciais, indispensáveis para a planta completar seu ciclo de vida, afinal, a deficiência de um micronutriente na planta pode ocasionar grandes perdas na produtividade.
Muitas vezes, os micronutrientes são esquecidos quando ocorre a montagem do plano de adubação ou, até mesmo, confundidos com outras deficiências.
Alguns exemplos de micronutrientes são os elementos boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn). Cobalto, vanádio, sódio e silício também são micronutrientes, porém, são raramente encontrados como deficientes.
Compreender a função que cada micronutriente exerce no crescimento das plantas é extremamente importante para determinar as aplicações corretas de nutrientes e, ainda, diagnosticar quaisquer problemas de produção da cultura.
Qual a diferença entre macronutrientes e micronutrientes?
Para desempenhar o máximo potencial produtivo, as plantas necessitam de nutrientes essenciais. Estes, são divididos em dois grupos: macronutrientes e micronutrientes.
Macronutrientes
- N (nitrogênio);
- P (fósforo);
- K (potássio);
- Mg (magnésio);
- Ca (cálcio);
- S (enxofre).
Esses nutrientes são demandados em maiores quantidades pelas plantas, por esse motivo recebem a denominação de macronutrientes.
Micronutrientes
- B (boro);
- Fe (ferro);
- Zn (zinco);
- Mn (manganês);
- Mo (molibdênio);
- Cu (cobre);
- e Cl (cloro).
Os micronutrientes, por sua vez, também se dividem em dois grupos:
- catiônicos (de carga elétrica positiva): Cobre, Ferro, Manganês e Zinco;
- aniônicos (de carga elétrica negativa): Boro e Cloro.
Enquanto os micronutrientes são requeridos em menores quantidades pelas plantas, os macronutrientes são requeridos em maiores quantidades.
Em geral, os micronurientes estão mais disponíveis quando o pH é entre 7 e 7,5, ou seja, ligeiramente alcalino. Já os macronutrientes encontram-se em lugares ácidos, com pH entre 6,2 e 7,0. O Brasil possui solos ácidos, por isso, é mais fácil ter condições que favorecem a deficiência de micronutrientes.
Independente da classificação, macronutrientes e micronutrites merecem atenção. Tudo vai depender da cultura em questão, da planta e da situação nutricional do solo. Isso porque cada planta necessita de um balanço nutricional específico e, cada solo, de uma situação nutricional. Para descobrir a necessidade da planta e do solo deve-se realizar uma análise do solo.
Quais os principais micronutrientes?
Zinco (Zn)
O Zinco é o micronutriente mais comumente aplicado na produção de milho e soja. É fundamental para a síntese de proteína, formação de enzimas e integridade da parede celular das plantas. Também atua no hormônio de crescimento e no desenvolvimento das partes florais.
Boro (B)
O Boro auxilia na formação da parede celular, no movimento da seiva e, também, atua no metabolismo de carboidratos e transporte de açúcares através das membranas.
É um micronutriente de fácil mobilidade e pode ser lixiviado do solo com a chuva. A disponibilidade de Boro diminui em ambientes secos e com pH do solo é alta.
Ferro (Fe)
O Ferro desempenha papel vital na fotossíntese, é essencial no metabolismo energético e na respiração celular. Atua no processo de fixação de nitrogênio, principalmente na cultura da soja, e no desenvolvimento de troncos e raízes.
Manganês (Mn)
O Manganês é um micronutriente móvel no solo e imóvel no tecido das plantas. A sua principal função á atuar na síntese de clorofila, no metabolismo energético e como ativador de enzimas de crescimento das plantas.
Molibdênio (Mo)
O Molibdênio é requerido em menores quantidades pelas plantas, quando comparado aos outros micronutrientes. Tem papel significativo na fixação de nitrogênio pelas bactérias, pois atua diretamente no metabolismo desse nutriente, permitindo que as plantas o utilizem de maneira eficiente, principalmente as leguminosas.
O excesso de Molibdênio pode ser tóxico para os animais e sementes em germinação, uma vez que prejudica a absorção e translocação do Ferro na planta.
Cobre (Cu)
O Cobre ajuda na produção de proteínas e enzimas, têm papel importante na fotossíntese, na respiração, na redução e fixação de nitrogênio no interior dos nódulos nas raízes de plantas leguminosas.
Cloro (Cl)
Por ser um micronutriente de grande solubilidade na planta, o Cloro atua na regulação osmótica, na transpiração e na compensação de íons, ou seja, ele regula o movimento de nutrientes com cargas positivas (cátions) dentro e fora das células.
No geral, é mais comum o excesso de Cloro nas plantas, do que a falta dele. A toxidez do Cloro é caracterizada pela queima ou bronzeamento na margem das folhas.
Qual a disponibilidade dos micronutrientes para as plantas?
A disponibilidade de micronutrientes é influenciada pelas características do solo, como o teor de matéria orgânica, a textura, umidade, pH e interação entre os nutrientes.
Se torna essencial entender a dinâmica dos micronutrientes nos diferentes tipos de solo e a necessidade das culturas para garantir maior produtividade e uso eficiente dos insumos.
Os solos arenosos são mais propensos às deficiências de micronutrientes, pois o teor de matéria orgânica é muito baixo e a retenção desses elementos é dificultada, sendo, assim, facilmente lixiviados.
À medida que o pH do solo aumenta, a disponibilidade dos micronutrientes catiônicos (Cobre, Ferro, Manganês e Zinco) diminui; por outro lado, a disponibilidade de micronutrientes aniônicos, como Boro, Cloro e Molibdênio, aumenta.
Quais os sintomas da deficiência de micronutrientes?
A deficiência de macronutrientes na planta gera sintomas visíveis e de fácil percepção. Já a falta de micronutrientes, muitas vezes não pode ser pautada visualmente, especialmente pelo fato de que as deficiências de diferentes elementos geram sintomas muito parecidos, exigindo uma análise de solos ou análise foliar para diagnosticar qual nutriente está faltando.
Veja, a seguir, como cada deficiência se apresenta de modo visual:
Deficiência de Zinco
Afeta o crescimento de ramos e folhas, tornando as plantas menores, mais raquíticas, com internódios curtos e clorose internervais nas folhas.
Deficiência de Boro
Plantas com essa deficiência podem apresentar:
- folhas jovens mal-formadas;
- grãos leves;
- queda de flores;
- seca dos ponteiros com morte da gema terminal;
- plantas raquíticas, atrofiadas e necrosadas, podendo apresentar excesso de brotações laterais logo abaixo do ramo atrofiado;
- pouca formação de sementes e manchas necróticas internervais.
Deficiência de Ferro
Os sintomas nas plantas podem ser observados através da clorose das folhas, apresentando uma estreita faixa verde ao redor das nervuras, iniciando principalmente pelas folhas mais novas, as quais ficam retorcidas e transparentes.
Deficiência de Manganês
Os sintomas são facilmente confundidos com os sintomas da deficiência de Ferro, pois apresenta manchas cloróticas entre as nervuras das folhas superiores. A deficiência também leva à diminuição da fotossíntese e da produtividade.
O pH alto do solo favorece a deficiência de Manganês, pois ele se torna insolúvel, e as plantas não conseguem absorver.
Deficiência de Molibdênio
Apresenta sintomas bem parecidos com a deficiência do Nitrogênio. As plantas são raquíticas, sem vigor e apresentam amarelecimento das folhas mais velhas e possíveis necroses nas extremidades.
Deficiência de Cobre
Os sintomas ocorrem em folhas novas, apresentando deformação, coloração escura, azul-esverdeadas e crescimento alongado, seguido por morte de plântulas jovens. A deficiência pode ser suprida através da aplicação de sulfato de cobre.
Deficiência de Cloro
Os sintomas se manifestam pela murcha dos ápices foliares e necrose generalizada, podendo apresentar crescimento de plantas reduzido.
Por que a deficiência ocorre?
Como podemos observar, a deficiência de micronutrientes pode ocasionar diversos problemas relacionados ao crescimento e ao desenvolvimento das plantas, refletindo diretamente na produtividade e na qualidade do produto.
A deficiência desses elementos pode ocorrer por dois motivos:
- Deficiência absoluta: pela falta do micronutriente em quantidade suficiente no solo;
- Deficiência induzida: pelo fato de o nutriente não se encontrar disponível para as plantas, estando retido em algum componente do solo ou indisponível pela presença de outros elementos.
Para identificar a deficiência de micronutrientes é necessário realizar uma análise de solo e do tecido foliar. As duas são complementares, pois pode ser que haja o elemento no solo, mas o sistema radicular da planta não consegue absorver.
Se for detectada a deficiência é necessário ter muito cuidado na escolha do produto que será aplicado e nas quantidades, para que não haja desperdício ou aplicação em excesso.
Como o tema “micronutrientes plantas” é abordado em concursos?
Atenção! Os micronutrientes são tão importantes quanto os macronutrientes, portanto, se você é Concurseiro, deve se atentar a esses detalhes. É muito comum encontrar questões relacionadas, direta ou indiretamente, a esse tema.
Também é importante que você saiba diferenciar os elementos para responder corretamente às questões e não cair nas famosas pegadinhas.
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Autoria da redatora do Ifope:
Karina Rosalen
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