A entomologia é uma área de estudos com grande valor para a humanidade, porém, nem todas as pessoas a conhecem. Você já ouviu falar em entomologia? Sabe quem estuda entomologia ou, ainda, entende qual é a sua importância? Fique por dentro do assunto acompanhando o texto abaixo!

O que é entomologia?

Originada do grego entomon (inseto) e logos (estudo), a palavra entomologia significa estudo dos insetos e é empregada desde a época de Aristóteles (384-322 a.C.). Trata-se de uma área da biologia dedicada a estudar as características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos, além da relação que estabelecem entre si, com o homem, com outros animais, com as plantas e com o meio ambiente em geral.

A entomologia se relaciona com diferentes áreas do conhecimento, como a ecologia, a taxonomia, a genética, a fisiologia, a toxicologia, a morfologia, a biologia, a sistemática, entre outras. Esta é uma área muito importante para a humanidade, pois, através de seus estudos, é possível adquirir conhecimentos que são aplicados na agricultura e na medicina, por exemplo.

Áreas da entomologia

Entomologia Agrícola

Esta área estuda os insetos que são de interesse agrícola, incluindo inimigos naturais e pragas. Por meio do conhecimento adquirido com a entomologia agrícola, é possível fazer o controle biológico de pragas, por exemplo. Reduzindo a utilização de agroquímicos, pode-se diminuir a contaminação do solo e da água, além de realizar a produção de alimentos sem resíduos de agrotóxicos, contribuindo com o meio ambiente.

Entomologia Forense

Esta outra área da entomologia estuda a biologia dos insetos e suas fases de vida. Devido a esse conhecimento, quando uma pessoa morre e são encontrados insetos nela, é possível fazer investigações criminais, como: 

  • estimar a data da morte;
  • descobrir a causa da morte;
  • identificar o corpo;
  • descobrir se o corpo foi movimentado;
  • determinar o intervalo pós-morte. 

Além disso, há trabalhos em que a entomologia forense consegue descobrir se houve uso de drogas e toxinas, já que afetam o desenvolvimento de insetos.

Entomologia Médica

Por fim, encontramos a área da entomologia que se refere ao relacionamento entre os insetos e os seres humanos. Nesse relacionamento, muitos desses insetos são parasitas, e o homem é seu hospedeiro. Exemplos disso são o piolho, que causa a escabiose, e o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e outras doenças. A entomologia médica, portanto, estuda o ciclo de vida dos insetos como agentes etiológicos e vetores de doenças. 

Quem estuda entomologia?

O profissional que atua em entomologia é chamado de entomólogo ou entomologista. Ele realiza estudos sobre a classificação, distribuição, ciclo de vida, comportamento, ecologia, fisiologia e dinâmica populacional de insetos. Também é responsável pelo estudo de pragas urbanas, pragas agrícolas, pragas florestais e pragas veterinárias, além de buscar maneiras para fazer seu controle. Os entomologistas podem ser pesquisadores, professores e consultores, podendo trabalhar em universidades, empresas privadas ou agências do governo.

Em geral, os entomologistas se especializam em uma única ordem de insetos, que podem ser:

  • Apiologia e Melitologia – abelhas;
  • Coleopterologia – escaravelhos e besouros;
  • Dipterologia – moscas, mosquitos e pernilongos;
  • Heteropterologia – percevejos e barbeiros;
  • Lepidopterologia – borboletas e mariposas;
  • Mirmecologia – formigas;
  • Odonatologia – libélulas;
  • Ortopterologia – gafanhotos e grilos;
  • Termitologia – cupins;
  • etc.

Leia Mais: Boas Práticas de Controle de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas.

Relação entre homem e inseto na história

Ao longo da história da humanidade, os insetos se configuraram como os maiores adversários do homem na competição pela hegemonia (influência) na terra. Embora o homem tenha conseguido dominar a maioria dos animais – e, até mesmo, eliminar alguns –, os insetos, quando de forma agrupada, continuam sendo uma barreira biótica que impedem o domínio humano total.

Portanto, desde antes e ainda agora, os insetos estão interligados aos seres humanos. Por isso, é importante que o homem viva em harmonia com esses animais, para sua própria sobrevivência. Quando há um desequilíbrio no sistema formado pelos insetos, a sociedade pode ser afetada em sua produção agrícola e florestal, e, ainda, ver a disseminação de uma série de doenças.

Evolução dos insetos 

Com o passar dos milênios, os insetos passaram por diversas mudanças que permitiram que se adaptassem a variados tipos de ambientes. Entre essas mudanças, podemos citar:

  • Asas funcionais: ao fornecerem a capacidade dos insetos se deslocarem com mais facilidade, favorecem a procura de alimentos, a fuga de predadores e sua dispersão;
  • Aumento do número de espécies: gera grande capacidade de adaptação a ambientes diversos;
  • Exoesqueleto: permite uma grande área de incorporação muscular, protege os órgãos internos e controla a evaporação;
  • Metamorfose completa: permite que os insetos passem por diversas mudanças e vivam em locais variados;
  • Tamanho pequeno: facilita a fuga e faz com que o inseto precise se alimentar menos. Contudo, há uma desvantagem: a superfície total do corpo pequeno é maior que o volume, o que aumenta a evaporação.

Curiosidades sobre os insetos

Os insetos constituem a maior classe do Reino Animal: há mais de 800.000 espécies conhecidas. Eles estão espalhados em todo o mundo, habitando zonas tropicais, regiões polares, rios, mares e oceanos.

Embora cada inseto tenha uma aparência própria, que tende a ser muito variada, eles têm um padrão: todos têm o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Na cabeça, encontram-se um par de antenas e três pares de mandíbulas. Além disso, todos possuem três pares de patas. Mas nem todos os insetos têm asas. Em geral, os que têm, precisam passar pela metamorfose.

Os insetos estão distribuídos em mais de 30 ordens. Um dos critérios mais comuns que são usados para classificar os insetos é o número e a forma das asas. Algumas ordens são:

  • Coleópteros: asas formando estojo. Ex.: besouro;
  • Dípteros: duas asas. Ex.: mosca e mosquito;
  • Himenópteros: asas que parecem membranas. (Também estão nessa ordem insetos sem asas.) Ex.:formiga e abelha;
  • Ortópteros: asas retas, que formam um ângulo reto com o corpo. Ex.: barata e gafanhoto.

Coleções entomológicas

Chamamos de coleções entomológicas as coleções científicas que são formadas por insetos. Essas coleções armazenam, ordenam e preservam espécimes ou partes de espécimes mortos. 

Coleções assim são importantes porque registram a existência de espécies, em relação ao tempo e ao espaço. Também, são repositórios dos espécimes-tipo, que são imprescindíveis para que pesquisadores consigam identificar os exemplares corretamente. Além disso, as coleções entomológicas testificam a existência de insetos em áreas protegidas, áreas impactadas ou, até mesmo, em processo de desaparecimento. Por isso, servem de base para pesquisas em biodiversidade, evolução e sistemática.

O Instituto Oswaldo Cruz, localizado no Rio de Janeiro, abriga uma das maiores e mais importantes coleções entomológicas da América Latina, com grande valor científico, educativo e histórico. Alguns de seus exemplares ajudam no estudo acerca de doenças infecciosas, pois servem para identificar seus vetores. Isso demonstra, também, sua importância para a saúde pública. 

A maior coleção entomológica da América Latina se encontra no Município de Seara, no distrito de Nova Teutônia, em Santa Catarina. Foi lá que Fritz Plaumann, considerado um grande cientista do século XX, descobriu e catalogou diversas espécies de insetos: catalogou 80 mil espécies descobriu 150 novas. Atualmente, a maioria já está extinta.

Qual a importância da entomologia?

Como dito acima, a entomologia possibilita conhecimentos importantes que são utilizados pela medicina e pela agricultura. Mas a importância da entomologia vai além disso. Como é possível conhecer a fisiologia e morfologia dos insetos por meio da entomologia, podemos utilizá-los de variadas maneiras, como:

  • Na prevenção de doenças e fortalecimento do sistema imunológico. Ex.: mel e própolis;
  • Nos alimentos. Como exemplo, podemos citar o mel e subprodutos e os corantes. Além disso, em algumas culturas, é comum a população se alimentar do próprio inseto, como gafanhotos e larvas de besouros;
  • No vestuário. Ex.: bicho da seda;
  • Em procedimentos estéticos. Ex.: cera de abelha que é utilizada para fazer a depilação.

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