É fato que as plantas necessitam de nutrientes para se desenvolver. Porém, com a baixa fertilidade dos solos, existe a necessidade de fornecê-los por meio da aplicação de fertilizantes químicos, orgânicos, ou as misturas entre eles. Isso significa que os fertilizantes são de suma importância para o desenvolvimento das plantas – e é sobre isso que vamos falar neste texto!

Conceito e comercialização

Em primeiro lugar, você precisa saber que os fertilizantes podem ser considerados como um material incorporado ao solo que altera as propriedades físicas, químicas e biológicas dele, aumentando assim a qualidade dos produtos e da colheita.

Já o comércio destes produtos é feito de acordo com o que rege a Legislação Brasileira de Fertilizantes, que prevê as garantias mínimas dos nutrientes contidos neles e as tolerâncias admitidas para cada caso. Vamos falar sobre isso mais detalhadamente a seguir.

Legislação

A Lei nº 6.894 (de 16 de dezembro de 1980) alterada pela Lei nº 12.890 de 10 de dezembro de 2013, juntamente com o Decreto nº 8.384 (de 29 de dezembro de 2014) e diversas instruções normativas dispõe sobre a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas, destinados à agricultura, e dá outras providências.

Logo, nesta lei é possível encontrar todas as diretrizes para tornar um produto como sendo classificado por fertilizante.

Classificação dos fertilizantes no contexto da legislação

De acordo com a Lei nº 6.894, fertilizante é toda substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes das plantas. Temos assim a seguinte classificação:

Minerais: Constituídos de compostos inorgânicos

Orgânicos: Constituídos de compostos orgânicos de origem animal e vegetal, porém, precisam ser mineralizados. Exemplo: Húmus, estrume, chorume entre outros.

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Classificação dos fertilizantes

Além da classificação que a legislação leva em consideração, temos também a que segue abaixo:

Simples: é todo fertilizante formado de um composto químico que fornece um ou mais nutrientes primários. Exemplo: sulfato de amônio, ureia, superfosfato simples, superfosfato triplo, cloreto de potássio, etc.

Mistura ou mistos: é o resultado da mistura de dois ou mais fertilizantes simples. São as chamadas “fórmulas”.

Orgânico simples: são os fertilizantes de origem animal ou vegetal contendo um ou mais nutrientes para plantas. Exemplo: esterco de gado e de aves.

Organo-mineral: resultam da mistura física ou combinação de fertilizantes minerais e orgânicos. Exemplo: esterco com fertilizante mineral.

Orgânico composto: são os fertilizantes obtidos através de processos físicos, químicos ou biológicos e podem ser enriquecidos com nutrientes minerais. Exemplo: vermicomposto;

Mineral complexo: são os fertilizantes que contém dois ou mais nutrientes químicos resultantes de reação química entre seus componentes, formando dois ou mais compostos químicos. Exemplo: NPK granulado.

Misturas granuladas de fertilizantes minerais

Aqui mais uma classificação levando em consideração as misturas:

  • Mistura de Grânulos – é o fertilizante misto onde cada nutriente principal está contido em grãos separados e resultam da mistura de fertilizantes simples.
  • Mistura Granulada ou Complexa – é o fertilizante misto que contém todos os nutrientes de sua fórmula no mesmo grão.

Fertilizantes minerais e sua forma física

Fertilizantes também podem ser classificados de acordo com a forma física. Veja:

Fertilizantes forma física
  • : são fertilizantes simples ou misto sendo moídos na forma de pó.
  • Farelado: são fertilizantes com grânulos desuniformes.
  • Granulado: é o fertilizante na forma de grânulos.
  • Líquido: é o tipo de fertilizante na forma líquida.

Fertilizantes simples quanto aos nutrientes

Assim como na forma física, também há uma classificação segundo os nutrientes. Acompanhe:

Simples nitrogenados – são fertilizantes que contém em sua composição nitrogênio (N). Como é o caso da uréia e o sulfato de amônio.

Simples fosfatados – são os que contém na sua composição o fósforo (P). Como é o caso dos superfosfatos simples e triplo e os fosfatos naturais.

Simples nitrogenados-fosfatados – são fertilizantes que contém em sua composição nitrogênio (N) e fósforo (P). Como é o caso do fosfato diamônio (DAP) e fosfato monoamônio (MAP).

Simples potássicos – são fertilizantes que contém em sua composição potássio (K). Como é o caso do cloreto de potássio e o sulfato de potássio.

Fertilizantes minerais e sua concentração de nutrientes

Aqui, os fertilizantes podem variar de concentração. Veja:

Baixa concentração: com concentrações a menos de 25% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 05–10–09 cuja soma N+P+K = 24%.

Média concentração – com concentrações variando entre 25 a 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 00–30–10 cuja soma NPK = 40%.

Alta concentração – possuem concentração acima de 40% de nutrientes. Exemplo: a fórmula 05 – 30 – 15 cuja soma NPK = 45%.

Atualização na legislação de fertilizantes para atender ao setor produtivo

Vale ressaltar que de 1980 até o cenário atual houve muitas mudanças na legislação de fertilizantes, como:

Foi incluído o Art. 4º – Obrigatoriedade de registro de estabelecimentos e de produtos (ou autorização de material secundário).

Art. 15 que dispõe sobre Registro de produto novo

Art. 16 que dispõe sobre Autorização de Material Secundário

Alterações na Instrução Normativa de nº 06 de 2016 – Produtos Novos e Biofertilizantes.

Instrução Normativa de nº 05 de 2016 – Remineralizadores e Substratos.

Instrução Normativa de nº 07 de 2016 – Contaminantes.

Fiscalização

Saiba que quem é o responsável pela fiscalização de produção e comércio de fertilizantes destinados à agricultura brasileira é o departamento Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA/SDA) do Ministério da Agricultura. É no Decreto n° 4.954 de 2004 que consta a relação de fertilizantes minerais simples e aqueles contendo novos aditivos, quelantes ou complexantes, novos materiais para serem utilizados como carga e novos minérios para a fabricação de fertilizantes. 

Além disso, a última mudança feita foi a Instrução Normativa nº 39 de 2018, que vem para estabelecer regras sobre definições, exigências, especificações, garantias, registro de produto, autorizações, embalagem, rotulagem, documentos fiscais, propaganda e tolerâncias dos fertilizantes minerais destinados à agricultura. Essa modernização em todo o contexto da legislação vem padronizar, facilitar e melhorar o crescimento do mercado, aumentando as políticas públicas para o setor, além de valorizar os fertilizantes como ferramenta imprescindível na agricultura.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a importância dos fertilizantes, precisa saber que é um dos assuntos mais cobrados em concursos agrônomos. Por isso, fique atento às oportunidades de concursos dessa área e não perca a chance pela qual está esperando. Confira a lista com os melhores CONCURSOS PARA AGRÔNOMOS previstos e autorizados!

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