A indústria de alimentos é um dos segmentos mais vulneráveis às pragas, devido ao ambiente ser propício a elas. Portanto, o controle de pragas é imprescindível para manter a segurança dos alimentos. As pragas são uma ameaça à saúde tanto dos colaboradores envolvidos no processamento e manuseio de alimentos e quanto aos consumidores, pois elas podem transportar uma ampla variedade de microrganismos que podem causar doenças.
Para entender melhor a importância do Controle Integrado de Pragas na indústria de alimentos, vamos examinar os tipos de pragas, a natureza das ameaças que essas pragas representam e quais medidas podem ser tomadas para o controle e prevenção eficaz delas.
Pragas Comuns na Indústria Alimentícia
O controle de pragas na indústria de alimentos exige a identificação adequada das espécies (com base nos tipos de alimentos, meio ambiente e geografia) para que os métodos de tratamento relevantes possam ser empregados para resultados eficazes. As pragas podem ser encontradas em instalações, processamento ou fabricação de alimentos. A maioria das pragas encontradas nas indústrias alimentícias são:
- Baratas: é uma das pragas mais odiadas e por um bom motivo. Eles são conhecidas por serem portadoras de 6 tipos de vermes parasitas, 7 tipos de patógenos humanos e pelo menos 33 tipos de bactérias. Também contam com a habilidade de se esconderem em pequenas fendas, alimentação variada e capacidade de reprodução rápida. Elas também podem pegar detritos e germes nas pernas enquanto rastejam pelo esgoto e outros lugares sujos que podem ser facilmente transferidos para alimentos, postos de trabalho, equipamentos de processamento de alimentos, aumentando assim as chances de contaminação.
- Roedores: controle de roedores é um grande problema que a indústria de alimentos enfrenta até hoje. Roedores incluem ratos e camundongos. Você pode identificar uma possível infestação de roedores por meio de sinais como avistamentos visuais, sons de roedura, excrementos, roedura de fios e manchas de urina que são visíveis sob a luz ultravioleta. Eles nidificam perto de fontes de alimento e são conhecidos por sua rápida capacidade de reprodução. Os riscos associados à infestação de roedores são danos às propriedades, equipamentos elétricos, máquinas, recipientes de alimentos, embalagens, contaminação de alimentos com fezes, pelos, urina, transmissão de parasitas perigosos, aumentando assim o risco de doenças graves.
- Moscas: sabe-se que diferentes tipos de moscas são os portadores de mais de 100 patógenos nocivos. Eles geralmente se reproduzem em lixo em decomposição e ambientes sujos e úmidos e, em seguida, mudam-se para alimentos frescos, equipamentos de fabricação, processamento e outras estações de trabalho, contaminando-os assim, espalhando bactérias causadoras de doenças. Eles coletam material contaminado em suas partes bucais e em seus corpos, enquanto se alimentam. Algumas espécies regurgitam sucos digestivos e até defecam enquanto se alimentam e descansam. Isso aumenta ainda mais a contaminação.
- Aves: podem causar muitos danos físicos ao bloquear os sistemas de calhas com seus ninhos e penas, além de desalojar as telhas, principalmente as aves maiores. Excrementos de pássaros, materiais de nidificação e penas podem contaminar produtos alimentares, superfícies, áreas de preparação e equipamentos. Além de emitir um mau cheiro, os excrementos dos pássaros são venenosos. Eles podem transmitir patógenos prejudiciais, incluindo bactérias, vírus, protozoários e fungos, portanto, certifique-se de considerar os serviços de controle de aves. Alguns dos microrganismos causadores de doenças comuns incluem Salmonella, Campylobacter e E. coli. Além disso, seus dormitórios e locais de nidificação também estimulam a infestação de artrópodes, como pulgas, ácaros de pássaros e até mesmo algumas espécies de besouro.
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Por que o controle de pragas é crucial para a indústria de alimentos?
Quando se trata da indústria de alimentos, as pragas representam grandes ameaças. Algumas delas estão listados abaixo:
- Propagação de doenças por meio de transferência de patógenos;
- Danos em bens e equipamentos;
- Contaminação de produtos alimentícios e estações de trabalho;
- Má reputação e perda de crédito;
- Acusação e encerramento de atividades.
Como fazer um efetivo controle de pragas na indústria de alimentos
O Manejo Integrado de Pragas se concentra em manter as pragas fora de sua instalação de alimentos, em vez de se concentrar em eliminá-las uma vez que estejam dentro da instalação. Essa abordagem envolve as seguintes etapas:
- Inspeção – A etapa mais importante para proteger suas instalações é uma inspeção detalhada. Os locais óbvios que devem ser examinados são aqueles onde a comida está, seja crua ou embalada. Por exemplo, salas de descanso para funcionários, docas de recebimento, áreas sujeitas a derramamentos, etc. Além desses locais, também é crucial inspecionar os pontos de entrada e saída, zonas de refúgio (caixas de papelão, armários ou qualquer outro esconderijo conhecido e criadouro de pragas), bem como fontes de alimentação e água. Normalmente, uma inspeção semanal pode ser suficiente. Mas, se sua instalação tiver um histórico de infestação de pragas, é aconselhável aumentar a frequência e a intensidade das inspeções.
- Ação Preventiva – Esta etapa geralmente consiste na manutenção estrutural de suas instalações, que é uma das formas mais eficazes de impedir a entrada de pragas em suas instalações. Portanto, o ideal é selar os pontos de entrada potenciais reconhecidos de pragas após a inspeção. O saneamento é uma etapa preventiva básica, mas importante, que pode ajudar a tornar os esforços de controle de pragas eficazes. Mantenha as áreas de produção e armazenamento limpas, secas e organizadas. Os locais propícios a pragas devem ser registrados e medidas de controle apropriadas devem ser tomadas para tais áreas.
- Monitoramento e Documentação – Todas as etapas de inspeção e prevenção devem ser devidamente monitoradas e documentadas. Após a implementação das medidas preventivas, uma vigilância cuidadosa deve ser mantida em suas instalações para que mudanças de procedimento imediatas possam ser implementadas para ajudar a controlar e eliminar qualquer infestação recorrente de pragas. A documentação completa pode ser útil para referências futuras.
Uma das coisas mais importantes a lembrar ao escolher um Programa de Controle Integrado de Pragas para sua instalação é que ele deve ser personalizado para se adequar ao tipo de infestação, ao ambiente de sua instalação e à natureza de seu negócio. Isso ajudará a garantir que você obtenha os melhores resultados possíveis.
Medidas de prevenção recomendadas
Os gerentes de instalações são a primeira linha de defesa, pois estão intimamente envolvidos no monitoramento de pontos de entrada em potencial e sinais de infestação.
A exclusão e o saneamento são duas das medidas preventivas mais básicas, porém mais eficazes, que a indústria alimentícia pode tomar quando se trata de manter suas instalações livres de pragas. Essencialmente, isso ajuda a prevenir a infestação e leva a um local de trabalho mais seguro, eficiente e organizado.
Confira mais dicas:
- Elimine o descarte de lixo incorreto. Siga um sistema específico para garantir que as instalações de sua unidade de alimentação, dentro e fora, permaneçam limpas e livres de qualquer tipo de entulho e detritos desnecessários.
- Sele todos os pontos de entrada de pragas em potencial, como rachaduras e fendas nas áreas ao redor dos tubos, docas de carga, fundações, etc.
- Realize inspeções regulares de áreas propensas a infestação de pragas.
- Ter um perímetro de rocha ou cascalho ao redor da instalação irá desencorajar o crescimento de vegetação que pode abrigar pragas.
Desde as matérias-primas até os produtos finais embalados, todas as etapas da cadeia de abastecimento de alimentos devem ser rigorosamente monitoradas. No entanto, inspeções regulares e manejo adequado de pragas devem ser programados e realizados para garantir que sua instalação atenda às normas obrigatórias de segurança de alimentos.
Legislação brasileira sobre pragas na indústria de alimentos
O Decreto nº 326 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde estabelece boas práticas na indústria de alimentos. Por exemplo, o texto define diretrizes para transporte de matéria-prima, limpeza de equipamentos e descarte de lixo. Estas são as regras que qualquer empresa da área deve seguir.
No item 4.4, o documento trata especificamente do controle de pragas. De acordo com o decreto, o manuseio de agentes químicos deve estar “sob supervisão direta de pessoal tecnicamente habilitado que saiba identificar, avaliar e interferir nos potenciais riscos à saúde dessas substâncias”. Ou seja, existe a necessidade de equipe especializada.
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