O mercado de alimentos é extremamente importante para a economia brasileira. Dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA) revelam que, em 2017, o Brasil exportou um montante equivalente a mais de US$ 217 Bilhões, que incluía alimentos in natura e alimentos e bebidas industrializadas. Dentro desse contexto, destaca-se a importância dos profissionais e áreas da indústria de alimentos. E hoje, em especial, vamos falar sobre a engenharia de alimentos.
Se você trabalha na indústria alimentícia, é engenheiro de alimentos ou deseja se tornar um profissional da área, acompanhe o artigo que preparamos hoje e fique por dentro dos principais tópicos sobre engenharia de alimentos!
O que é engenharia de alimentos?
A engenharia de alimentos está entre as possibilidades de atuação das Engenharias. Seu foco está na industrialização de alimentos, com o objetivo de potencializar as práticas da indústria.
O engenheiro de alimentos devidamente formado tem conhecimentos multidisciplinares e é capaz de trabalhar nas indústrias do setor desenvolvendo projetos de ciência e tecnologia dos alimentos e, ainda, colaborar com a saúde pública, pois também tem o papel de fiscalizar, padronizar e orientar.
Quais as áreas de atuação da engenharia de alimentos?
Hoje, existem diversas áreas nas quais o engenheiro de alimentos pode atuar. Isso possibilita um grande leque de opções que ficam a cargo das possibilidades e gostos do profissional. Confira algumas das principais áreas:
- indústrias de produtos alimentícios;
- indústrias de insumos, embalagens e equipamentos produzidos para a indústria alimentícia;
- empresas de serviços;
- áreas de fármacos;
- instituições de ensino;
- instituições de pesquisa;
- consultoria;
- fiscalização e auditorias;
- órgãos e instituições públicas.
A principal atuação do engenheiro de alimentos é na indústria alimentícia. E essa área ainda pode dividir-se em mais 6 áreas, segundo a Associação Brasileira dos Engenheiros de Alimentos (ABEA):
1. Produção / Processos
Dentro desse segmento, é de responsabilidade do engenheiro fazer o planejamento, implantação, racionalização e melhoria dos processos produtivos. O objetivo é melhorar a qualidade e produtividade para reduzir custos na indústria.
2. Garantia de qualidade
O engenheiro deve determinar os padrões de controle de qualidade dos processos, incluindo todas as etapas, desde a matéria-prima até o transporte do produto final. Ele também planeja e implementa estruturas para analisar e monitorar os processos, além de realizar o treinamento de pessoal para incluir a prática de qualidade na rotina das operações.
3. Pesquisa e desenvolvimento
A área de pesquisa e desenvolvimento tem o objetivo de pesquisar e desenvolver novas tecnologias e criar e aperfeiçoar produtos para atingir novos mercados, diminuir desperdícios, verificar possibilidades de reutilização de subprodutos e fazer o melhor aproveitamento dos recursos naturais disponíveis.
4. Projetos
Dentro desse segmento, o engenheiro de alimentos planeja, executa, implanta e faz a avaliação de viabilidade econômica de projetos de unidades de processamento: “plant lay-out”, instalações industriais, distribuição, equipamentos etc. Além disso, ele também faz o estudo de viabilidade econômica para novas indústrias, avaliando custos, equipamentos, instalações e oportunidades de mercado.
5. Comercial / Marketing
Com base em suas atribuições e conhecimento técnico, o engenheiro de alimentos trabalha junto ao marketing estudando a abertura de mercados, fornecendo assistência técnica, desenvolvendo produtos junto aos clientes e apoiando a área de vendas. Também, se envolve na comercialização de matérias-primas, aditivos e equipamentos para a indústria de alimentos, além de produtos para o consumo.
6. Fiscalização de alimentos e bebidas
O engenheiro de alimentos atua junto aos órgãos governamentais (municipal, estadual e federal), estabelecendo padrões de qualidade e identidade de produtos e aplicando esses padrões nas indústrias, garantindo os direitos do consumidor.
Aproveite para ler também: O papel do engenheiro de alimentos na indústria de alimentos
Como é o mercado de trabalho para o engenheiro de alimentos?
Mesmo que, atualmente, o país esteja passando por uma crise, a indústria de alimentos vem mostrando bons resultados. O Brasil é o terceiro país em exportação de alimentos no mundo. Mas a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) prevê que, até 2024, o país ocupará o primeiro lugar.
Além dessa visão otimista, também podemos destacar o fato de que cresce a demanda por alimentos e bebidas prontos para consumo que apresentam benefícios para a saúde, aumentando a procura por profissionais da área.
O engenheiro de alimentos graduado é contratado pelas indústrias alimentícias, fabricantes de bebidas e estabelecimentos agrícolas para trabalhar na linha de produção, à frente dos processos, na gestão de pessoas, no desenvolvimento de produtos e na linha de controle de qualidade. Além disso, ele também pode trabalhar na área de vendas, buscando maneiras de ganhar clientes e aumentar os lucros.
A área de pesquisa e desenvolvimento de produtos está constantemente necessitando desses profissionais. Existem oportunidades e vagas em todo o país, mas a região Sudeste costuma contratar mais. No Centro-Oeste, por exemplo, o engenheiro de alimentos encontra mais oportunidades para trabalhar na indústria da carne e da soja; já no Nordeste, com a indústria de polpa de frutas.
E, mesmo que exista uma maior demanda na indústria alimentícia, o engenheiro de alimentos também pode ser contratado por empresas como redes de fast food. Também existem profissionais que abrem seu próprio negócio de produtos.
Quais softwares auxiliam a engenharia de alimentos?
Se tratando de indústria de alimentos, é necessário ter todo o cuidado! Para facilitar e trazer mais precisão e segurança ao trabalho, a engenharia de alimentos conta com a existência de softwares.
Para melhorar a qualidade do alimento, há softwares de Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP) – em português, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), como o MYHACCP, que tem o objetivo de facilitar a gestão de operações e registros obrigatórios.
No quesito de Boas Práticas de Fabricação (BPF), para manter o padrão, utiliza-se softwares como o DocNix.
Além disso, para fazer checklists e possibilitar a resolução de problemas, um software bastante utilizado é o Excel.
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Como é a faculdade de engenharia de alimentos?
Uma das primeiras coisas que vêm à mente de quem deseja se tornar um engenheiro de alimentos é acerca de como funciona o curso. Para esclarecer algumas dúvidas sobre a faculdade, confira as questões abaixo.
Qual o tempo de duração do curso?
O tempo de duração médio e padrão do curso de engenharia de alimentos é de cinco anos (dez semestres).
O que se estuda?
Na Engenharia de Alimentos, o graduando começa passando pelas disciplinas mais básicas, como: Matemática, Física, Química, Bioquímica, Lógica e Administração. Depois, iniciam-se as matérias mais específicas. Cada instituição tem suas próprias disciplinas, podendo variar, também, no nome e na carga horária. Entretanto, podemos destacar as matérias mais comuns:
- Bioquímica de Alimentos;
- Gestão da Qualidade;
- Microbiologia de Alimentos;
- Tecnologia e processamento de Alimentos;
- Química Analítica;
- Tecnologia de Embalagens;
- Toxicologia dos Alimentos;
- Tecnologia da Produção de Álcool e Bebidas Fermentadas;
- Higiene e Sanificação;
- Tratamento de Resíduos;
- Gestão Industrial;
- Tecnologia de Produtos Vegetais;
- Processos de Conservação;
- Entre outras disciplinas.
Além disso, assim como em outras Engenharias e na maioria das graduações, a engenharia de alimentos também exige estágio obrigatório e o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
O que fazer ao final do curso?
Como a engenharia de alimentos é uma das áreas da Engenharia, depois de se graduar, os egressos devem fazer seu registro profissional junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado em que vão atuar.
Como é o perfil do engenheiro de alimentos formado?
Além de possuir uma formação técnico-científica, o profissional da engenharia de alimentos deve ter formação generalista e perfil crítico e humanista. Ele deve ser capaz de identificar e resolver problemas, planejar e executar novas tecnologias e ter capacidade para gerenciar pessoas e processos do setor alimentício.
Qual o salário de um engenheiro de alimentos?
Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), o salário inicial de um engenheiro de alimentos é de R$ 4.068,00.
Ainda, no Brasil, existe a Lei 4.950/A, de 22 de abril de 1966, que dispõe sobre o salário mínimo dos profissionais de engenharia no país. Quanto ao salário de engenheiros de alimentos, temos:
- jornada de 6 horas: 6 salários mínimos;
- jornada de 7 horas: 7,25 salários mínimos;
- jornada de 8 horas: 8,5 salários mínimos.
Todavia, ressaltamos que o salário dos engenheiros varia muito, devido às diversas possibilidades de atuação, tanto no mercado, como dentro de uma mesma empresa, na qual o profissional pode subir e mudar de cargo. Além disso, o porte da empresa, a jornada de trabalho e a região do país também interferem no salário.
Segundo uma pesquisa feita pelo Salario.com.br junto ao Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, com dados de março de 2020 a fevereiro de 2021, a média salarial bruta mensal do engenheiro de alimentos é de R$ 4.255,60. De acordo com o site, foram considerados os “salários de 186 profissionais no cargo e dados oficiais do mercado de trabalho para a profissão”. Além disso, também constou-se que a carga horária semanal média é de 42h.
Como se tornar um bom engenheiro de alimentos?
Apesar de ainda não ser uma área muito conhecida no país, o engenheiro de alimentos tem um papel extremamente importante, não só dentro do mercado de alimentos, mas, também, para a sociedade em geral. Isso porque ele ajuda a garantir a qualidade dos alimentos que chegam até o consumidor, contribuindo para a afirmação de seus direitos e garantia da saúde.
Trata-se de uma área com diversas oportunidades e possibilidades de atuação, permitindo um trabalho inovador e criativo além do técnico!
Mas, para conseguir se destacar no mercado, é importante investir não somente em uma boa graduação, mas também continuar estudando e investindo na carreira cada vez mais. Por isso, se você já é formado em engenharia de alimentos e quer aprimorar e ampliar seus conhecimentos, o Ifope oferece a oportunidade que você precisa! Clique aqui para acessar nossas opções de cursos para a área de indústria de alimentos, incluindo cursos de capacitação, pós-graduação e preparatórios para concursos públicos!
Se ainda ficou em dúvida, aproveite para ler nosso outro artigo com 5 razões para fazer pós-graduação em alimentos. Acesse e confira!
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