O ramo alimentar está presente no dia a dia de qualquer cidadão brasileiro. Por isso, não é novidade dizer que a indústria de alimentos no Brasil compõe parcela importante da economia do país, conservando um peso significativo desde a sua implementação.
Dentro desse contexto, algumas mudanças vêm ocorrendo no setor alimentício e é importante saber quais são elas para que haja um completo entendimento do cenário atual. Sabendo disso, preparamos este artigo. Continue lendo e entenda de uma vez por todas como anda a indústria de alimentos no Brasil atualmente.
O histórico da indústria de alimentos no Brasil
O setor alimentício é um setor que sempre esteve presente na indústria nacional. Sua força cresceu principalmente a partir do século XX, sendo impulsionada especialmente pelo estímulo ao desenvolvimento industrial no país e pela redução de importações durante a Segunda Guerra Mundial, além do amplo crescimento populacional durante o século.
Esse crescimento foi importante não só para a indústria alimentícia em si, mas também para toda a indústria no geral. Foi necessário que os setores de logística e de tecnologia agrícola apresentassem desenvolvimento suficiente para acompanhar a indústria de alimentos, o que gerou um crescimento ainda maior no setor industrial.
Apesar dessa grande relevância, a partir da década de 1970, o setor começou a perder importância relativa, uma vez que outros ramos industriais também se desenvolveram e acabaram ultrapassando o peso do setor de alimentos na indústria brasileira.
Não é correto dizer, porém, que essa passou a ser uma área industrial irrelevante para a economia do país. Muito pelo contrário, o setor alimentício ainda é responsável por gerar grande parte dos empregos no Brasil, além de ser um importante fator de desenvolvimento regional.
O contexto atual da indústria de alimentos no Brasil
De acordo com os dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), em 2015, o setor industrial de alimentos e bebidas compreendia um total de 34.800 empresas, excluindo-se dessa conta as padarias e panificadoras. Desse montante, a maioria é de pequeno porte (empresas com até 99 empregados formais), além de existirem várias microempresas também dentro desse setor, com base nos dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). No total, estas milhares de empresas empregam mais de 1.600.000 trabalhadores, tornando a indústria de alimentos e bebidas a maior empregadora da indústria de transformação.
Após um período de dois anos sem crescimento efetivo, em 2017, esse setor voltou a crescer, apresentando crescimento nominal de 4,6%, com um ganho real no faturamento de 1,01%, atingindo a cifra de R$642 bilhões.
Esses números expressivos se mantiveram em 2019, no qual foi registrada uma alta de 2,3% em vendas reais, o que levou a indústria de alimentos a alcançar a melhor taxa de crescimento desde 2013. Todo esse processo manteve o Brasil como o 2º maior exportador de alimentos industrializados do mundo, mesmo com uma queda de 2,3% nas exportações.
Deseja aprofundar um pouco mais seus conhecimentos sobre a trajetória da indústria de alimentos nos últimos anos? Então você gostará de ler este texto: “Indústria Alimentícia: Crescimento e Impacto na Economia”
Os relatórios sobre os dados de 2020 ainda não estão disponíveis, mas as perspectivas não são tão animadoras. Isso se deve à pandemia provocada pelo novo Coronavírus, que desestabilizou as relações comerciais entre os países e mudou a forma de comportamento do mercado.
Apesar de todo esse contexto, a indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento, e 2,7% em produção física no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Dentre os fatores que contribuíram para este resultado no período destacam-se a expansão das exportações e o desempenho do varejo alimentar no mercado interno devido ao aumento do consumo das famílias dentro dos domicílios.
Desafios para a indústria de alimentos no Brasil
Um dos aspectos mais desafiadores para o futuro do setor alimentício é a estimativa da ABIA acerca de um custo médio adicional de produção de 4,8% devido à Covid-19. Esse cenário é particularmente desafiador pois o custo de produção industrial representa, em média, 58% do custo total do setor, de forma que um incremento de 4,8% neste item significa um impacto de 2% a 2,5% no custo total.
Um outro grande desafio é a adaptação de uma indústria já tão bem consolidada às novas demandas dos consumidores, que envolvem a adoção de um consumo mais virtual e a procura por alimentos saudáveis e sustentáveis, como iremos discutir no próximo tópico.
Tendências do setor alimentício para 2021
A crise econômica e sanitária provocou mudanças expressivas na maneira como as pessoas se relacionam com diversos aspectos. E, entre eles, estão os alimentos.
Confira, abaixo, algumas das principais mudanças que estão ocorrendo no setor alimentício e que devem ser o foco de empresas que desejam estar em consonância com os desejos de seus clientes:
Consumidores mais virtuais
Basta um olhar atento para perceber o movimento no consumo causado pela pandemia. A mudança no comportamento do consumidor, que aumentou consideravelmente as compras onlines, já é dada como permanente pelo mercado.
Justamente por essa movimentação, é possível perceber que muitas das transformações que deveriam ocorrer nos próximos anos no mercado de alimentos foram aceleradas, forçando a adaptação das empresas ao ambiente virtual.
O aumento da procura por alimentos saudáveis e sustentáveis
Um outro ponto relevante a ser debatido é a maior atenção do consumidor aos cuidados com a própria saúde, o que consequentemente tem levado essas pessoas a buscarem alimentos mais saudáveis e naturais, tirando do cardápio opções ultraprocessadas. Espera-se que esses hábitos se mantenham em boa parte da população e se estabeleçam como uma das tendências da indústria alimentícia para 2021.
A sustentabilidade está muito atrelada a esse hábito de um consumo melhor. Além da necessária proteção dos recursos naturais, ela tem aparecido como uma das prioridades do consumidor ao escolher quais marcas consumir.
Esse movimento é ainda mais claro nas gerações de jovens, como os millennials e a geração Z, que estão ingressando no mercado de trabalho e vêm ganhando poder de compra. Parte deles nem ao menos considera mais comprar de empresas que não estão alinhadas com a proteção do meio ambiente.
Assim, não é exagero dizer que o conceito de sustentabilidade deve ser incorporado à indústria de alimentos o quanto antes, de preferência indo desde a escolha do produtor de matéria-prima até a escolha do tipo de embalagem que chegará nas mãos do consumidor final.
A busca por produtos mais criativos e com protocolos de higienização estritos
A higiene se tornou um fator fundamental na pandemia da Covid-19. Assim, diversos consumidores conferem se o estabelecimento ou se o produto a ser comprado está seguindo à risca as regras de higiene recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mais do que isso, existe também uma preocupação de que esses protocolos estejam sendo seguidos durante toda a cadeia produtiva e que existam certificações quanto a isso.
Outro aspecto importante é a criatividade na hora de montar embalagens. Várias mensagens de resiliência e desejando dias melhores em embalagens de produtos viralizaram nas redes sociais, aumentando expressivamente o engajamento dos internautas com o estabelecimento. Essa é uma forte tendência, uma vez que, hoje, muitos consumidores esperam que esse tipo de criatividade esteja presente em seus alimentos preferidos.
Apesar do que muitos pensam, porém, essa pode ser uma ótima estratégia para reduzir os custos de embalagem, adequando o dimensionamento delas ao dos produtos e procurando alternativas mais baratas e sustentáveis, como sacolas de papel.
Mas, como atuar dentro do setor alimentício?
Como foi possível perceber ao longo do texto, a indústria de alimentos é um campo muito amplo, que abrange diversos profissionais com diferentes qualificações. Dentre os principais cargos que envolvem maior qualificação, podemos citar:
- O cargo de engenheiro-agrônomo, que compreende os graduados em engenharia agronômica capazes de atuar na exploração de recursos naturais e no desenvolvimento da produção industrial e agropecuária, além da produção técnica especializada desses setores, com tecnologia de transformação de produtos e no seu beneficiamento e conservação;
- A profissão de engenheiro de alimentos, na qual o profissional é responsável por desenvolver técnicas, maquinários e softwares para otimizar os processos produtivos;
- O cargo de farmacêutico, profissional responsável pela direção, assessoramento e responsabilidade técnica em estabelecimentos industriais nos quais produtos dietéticos e alimentares são fabricados;
- A profissão de nutricionista, que apresenta ampla área de atuação, indo desde consultorias até o controle de qualidade e a pesquisa para desenvolvimento de novos produtos;
- O cargo de químico, profissional que pode atuar com o tratamento de resíduos industriais, mas também nas análises laboratoriais, na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e no controle da qualidade de alguns insumos, como aromas, corantes e conservantes.
Quer saber um pouco mais sobre como esses profissionais atuam dentro do setor alimentício? Então acesse nosso post sobre Profissionais da indústria de alimentos: competências e limitações
Vale ressaltar que hoje existem diversos cursos que te permitem trabalhar na indústria de alimentos. Lembrando que é necessário saber se o curso que você deseja realizar é reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Além disso, é imprescindível saber se o conteúdo ofertado é o suficiente para te fornecer conhecimentos teóricos baseados na prática da indústria de alimentos, direcionados para a área com a qual você deseja trabalhar.
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