Muito provavelmente, você já viu um “T” em um triângulo amarelo em algumas embalagens de alimentos. Esse símbolo aponta que aquele alimento é transgênico, ou seja, foi geneticamente modificado. Embora a presença de alimentos transgênicos seja cada vez mais comum nos mercados e no dia a dia de milhões de consumidores, estudos e especialistas apontam alguns riscos para a saúde e para o meio ambiente.

Pensando em esclarecer sobre o que são alimentos transgênicos, quais seus riscos e benefícios, quais seus impactos e, ainda, como são produzidos os alimentos transgênicos, preparamos este conteúdo. Continue acompanhando para ficar por dentro do assunto!

O que são transgênicos?

Os transgênicos são alimentos geneticamente modificados. Esses alimentos passaram por algum tipo de alteração em seu código genético (DNA) e foram produzidos em laboratório com o uso de técnicas artificiais. Os transgênicos possuem genes de outros organismos, podendo ser, até mesmo, de espécies diferentes.

Por exemplo: algumas plantas recebem o DNA de fungos ou bactérias que produzem herbicidas naturais, para que, dessa forma, possam estar automaticamente protegidas contra pragas.

O objetivo da modificação genética nos alimentos é aumentar sua resistência a pragas e agrotóxicos, prolongar o prazo de estocagem, aumentar a produção e melhorar a qualidade, elevando, inclusive, a quantidade de nutrientes. Porém, os alimentos transgênicos podem apresentar riscos para a saúde, como aumento de alergias e ingestão de agrotóxicos.

Como são produzidos os alimentos transgênicos?

Os alimentos transgênicos são produzidos por meio de técnicas de engenharia genética. Essas técnicas possibilitam a inserção de genes de outros organismos, favorecendo o surgimento de novas características. Como é possível inserir genes de espécies diferentes, eles podem ser de outras plantas, animais ou micro-organismos. Lembrando que a transferência de DNA não pode ocorrer de forma natural. Assim, todo o procedimento é feito em laboratório.

À primeira vista, se analisarmos os alimentos comuns e os transgênicos, não vamos perceber qualquer diferença física. No entanto, os alimentos que foram geneticamente modificados têm características que melhoram seu cultivo, produtividade e resistência.

Para um alimento transgênico ser criado, ele passa pela tecnologia do DNA recombinante, desenvolvida em 1992. Assim, é possível isolar, manipular e identificar genes.

A primeira etapa de produção de um alimento transgênico é a seleção de um gene com uma função importante para o organismo no qual será inserido. Depois, esse gene é isolado e, então, introduzido no organismo.

Quais as vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos?

Existem diversas vantagens e desvantagens quando o assunto é alimento transgênico. Entre elas, destacam-se:

Vantagens

  • Maior produtividade;
  • Aumento do potencial nutricional do alimento;
  • Maior resistência a pragas, agrotóxicos, inseticidas e herbicidas;
  • Redução no uso de agrotóxicos;
  • Aumento da tolerância a condições adversas de solo e clima.

Desvantagens

  • Desenvolvimento de doenças (alergias, câncer etc);
  • Desequilíbrio ambiental, como perda de biodiversidade, contaminação de sementes, poluição do solo, água e ar etc.

Embora existam alertas acerca dos efeitos para a saúde de curto e longo prazo dos alimentos transgênicos, muitos brasileiros continuam consumindo esse tipo de alimento, ou, ainda, não sabem que consomem. A soja e o milho, por exemplo, estão entre os principais transgênicos produzidos no Brasil e são usados para alimentar aves, suínos e gado e na produção de alimentos ultraprocessados, como biscoitos, bolos, salgadinhos e salsichas.

Como é a produção de transgênicos no Brasil?

Em 2015, o Brasil lançou comercialmente o primeiro organismo geneticamente modificado totalmente desenvolvido no país. O resultado foi uma soja tolerante a herbicida, proveniente de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a empresa alemã Basf.

Em 2017, o Brasil ocupou 50,2 milhões de hectares com culturas transgênicas, sendo a maioria de soja. Assim, tornou-se o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, estando atrás apenas dos Estados Unidos.

Qual a polêmica em volta dos alimentos transgênicos?

Existe uma grande discussão em torno da efetividade dos alimentos transgênicos, já que se trata de alimentos que não poderiam ser produzidos de forma natural. É um assunto que gera uma série de controvérsias econômicas, sociais, éticas e políticas.

Embora a engenharia genética e a comercialização de alimentos geneticamente modificados seja considerada uma área promissora, por trazer inovação e melhoramento de plantas, existe o outro lado, que foca nos efeitos e riscos para a saúde, para a agricultura e para o meio ambiente. Vamos falar mais sobre isso em seguida.

Quais os riscos para a agricultura?

O primeiro efeito na agricultura que podemos observar está baseado no fato de que as espécies transgênicas são protegidas por patentes, fazendo com que o agricultor que desejar utilizá-las pague royalties para a empresa que detém a tecnologia. Como consequência, o agricultor aumenta sua dependência de empresas transnacionais. Além disso, conforme as regras do contrato, o agricultor não pode utilizar sementes do plantio anterior, tendo que comprar novas sementes a cada safra.

Outra consequência está na dificuldade em eliminar plantas transgênicas. Mesmo que o agricultor não queira mais plantar, ainda haverá chances de nascer uma planta transgênica no meio de convencionais. Lembrando que, caso isso aconteça, ele precisará pagar uma multa e mais royalties.

Também há o risco de contaminação através de insetos ou, até mesmo, do vento – como ocorre com a plantação de milho. Se não houver espaço suficiente entre plantações transgênicas e convencionais, a plantação convencional pode ser contaminada. O agricultor pode, inclusive, perder vendas e contratos, já que o comprador iria adquirir um produto não transgênico.

Quais os riscos para o meio ambiente?

Existem diversos riscos que os alimentos transgênicos podem trazer ao meio ambiente. Você deve se lembrar que um dos principais objetivos dos transgênicos é aumentar a resistência contra pragas e ervas daninhas. Embora, a princípio, pareça uma grande vantagem, isso pode acabar fazendo com que esses inimigos naturais desenvolvam a mesma resistência, tornando-se “super-pragas” e “super-ervas”.

Além disso, a maior resistência a herbicidas pode exigir maiores aplicações de veneno, o que, consequentemente, aumenta a poluição de rios e solos. Outro desequilíbrio provocado pela super resistência é o desequilíbrio em ecossistemas.

Também, apontamos perda da biodiversidade e poluição genética.

Quais os riscos para a saúde?

Um grande fator de influência para a não defesa dos alimentos transgênicos são os ricos para a saúde. Existem diversos riscos potenciais, muitos deles, inclusive, graves. Abaixo, elencamos os principais:

1. Aumento de reações alérgicas

Ao inserir o gene de um organismo em outro, podem-se formar novos compostos, como proteínas e aminoácidos. No caso de alimentos modificados, essas novas substâncias podem provocar alergias em parte da população.

Além disso, caso o gene de uma espécie que provoca alergia seja usado em um alimento transgênico, ele também passará a provocar alergias, já que as características daquela espécie foram transferidas para a outra.

2. Aumento de substâncias tóxicas

Algumas plantas e micróbios possuem substâncias tóxicas para se defender de inimigos naturais. Na maior parte das vezes, essas substâncias não fazem mal a seres humanos. Contudo, se o gene de algum desses micróbios ou plantas for inserido em um alimento, o nível dessas toxinas pode aumentar muito, causando mal a pessoas, insetos benéficos e outros animais.

3. Aumento de resistência aos antibióticos

Para assegurar o sucesso da modificação genética, os cientistas inserem genes de bactérias resistentes a antibióticos. Ao ingerir esses alimentos, os humanos podem acabar aumentando sua resistência a antibióticos e, assim, anulando ou reduzindo a eficácia de remédios antibióticos, ameaçando a saúde.

4. Maior quantidade de resíduos de agrotóxicos

Como dissemos acima, a inserção de genes de resistência a agrotóxicos pode fazer com que pragas e ervas-daninhas desenvolvam a mesma resistência. Isso faz com que seja necessário aplicar maiores quantidades de veneno nas culturas. Como consequência, haverá um aumento no nível de resíduos tóxicos nos alimentos que são consumidos. 

Aproveite para ler também: O movimento anti transgênicos é anticientífico?

Qual a legislação sobre os transgênicos?

De acordo com a legislação em vigor, é obrigatória a indicação no rótulo de alimentos transgênicos para que o consumidor saiba o que está consumindo. No Brasil e na União Europeia, produtos com até 1% de componentes transgênicos devem constar no rótulo. Conforme o Decreto nº 4.680 de 2003, as empresas devem exibir informações sempre que o alimento tiver mais de 1% de ingredientes transgênicos, mesmo não sendo possível detectar em testes laboratoriais. Essa exigência também vale para alimentos que se originam de animais que foram alimentados com rações transgênicas, como carnes, ovos e leite.

O símbolo padrão do transgênico é um T no interior de um triângulo amarelo, e deve constar na embalagem do alimento.

Como o assunto de alimentos transgênicos aparece em concursos públicos?

O assunto de alimentos transgênicos é bastante amplo, podendo aparecer em diversas áreas de concursos públicos, especialmente concursos agrônomos, veterinários e da indústria alimentícia. Veja um exemplo de questão em um concurso para médico nutrologista de 2014:

2014 – IADES – 2014 – EBSERH – Médico nutrologista 

A Lei de Biossegurança, aprovada em 2005, estabelece as normas de segurança, os mecanismos de fiscalização que envolvam os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e a utilização de células-tronco para fins de pesquisa e terapia. A polêmica em torno do plantio e da comercialização dos transgênicos passa pelos campos econômico, social e ambiental. Os defensores dos OGMs argumentam que a biotecnologia aumentaria a produção de alimentos, o que, por sua vez, reduziria a quantidade de brasileiros vítimas da fome. No outro lado, estão os críticos dos transgênicos. Ambientalistas e algumas organizações de cientistas argumentam que seus efeitos na saúde humana e no meio ambiente ainda são desconhecidos. Assinale a alternativa que indica o(a) benefício(s) potencial(is) que está(ão) associado(s) à produção e ao uso dos alimentos transgênicos.

A) Aumento da resistência a agrotóxicos e, consequentemente, aumento do uso de agrotóxicos.

B) Menor manejo (redução da mão de obra) e maior produtividade (menor ação de pragas e maior resistência).

C) Alteração da fauna e flora local (insetos e polinizadores)

D) Perda da biodiversidade das espécies e maior dependência para o plantio.

E) Ação inseticida dos transgênicos, causando toxicidade.

Resposta: B

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